terça-feira, 17 de junho de 2008

Porque foram as cegonhas-pretas da Estónia anilhadas com as anilhas acima da articulação?

Para cada espécie é utilizado um tamanho de anilha apropriado para a dimensão do seu tarso ou tíbia (parte abaixo e acima da articulação respectivamente). Na maior parte das espécies as anilhas são colocadas logo acima da pata, no tarso. No entanto, em algumas espécies de aves aquáticas que possuem tarsos e tíbias muito longos, como é o caso das cegonhas, das garças e das limícolas, as anilhas podem ser colocadas na tíbia (acima da articulação), dado ser mais "confortável" para as aves, que geralmente se alimentam dentro de água, em zonas com lama e é também mais vantajoso para os observadores humanos, uma vez que as anilhas de cor se mantém mais limpas e visíveis. Os anilhadores tem sempre como primeira preocupação o bem estar das aves e todos os resultados (positivos ou negativos) são comunicados para quem coordena a actividade de forma a que a anilhagem e as anilhas sejam o mais inócuas possível para as aves. Convém também realçar que a anilhagem de aves tem geralmente objectivos específicos de carácter científico que a justificam e só se realiza quando há um objectivo a atingir.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Como distinguir a cria dos progenitores?


Há vários aspectos que permitem uma distinção mais ou menos fácil, momeadamente:


cor do bico - o bico dos adultos é claro, cor de corno, enquanto que o da cria é preto


Cor da plumagem - os adultos apresentam o dorso castanho-claro, cor de areia, enquanto que os juvenis tem o dorso castanho mais escuro


Cor e forma do colar em volta do pescoço - o colar que apresentam no pescoço é branco e com aspecto de penugem no pescoço, enquanto que nos juvenis é de cor castanha e mais "eriçado" (que resulta das penas serem um pouco mais longas)


A adicionar a isso, o jovem tem um pescoço e cabeça que contrastam mais com a plumagem do dorso e que lhes dá um aspecto mais branco (resultante do contraste).

Adiciono uma imagem da nossa cria para que possam ver melhor as características que refiro

Porque varia tanto a frequencia com que os progenitores alimentam a cria?

Foram efectuadas várias questões relacionadas com a frequencia da alimentação da cria, da aparente escassez de alimento quando esta era mais quequena e da existência de alimentadores de aves necrófagas nas proximidades da colónia. Vou ver se consigo responder a tudo de uma assentada.
Os requisitos energéticos da cria aumentam à medida que cresce, ou seja, a quantidade de alimento que necessita diariamente vão sendo maiores à medida que cresce. Como referi num texto anterior, a disponibilidade de alimento para esta espécie é muito variável (numa situação natural), pois este ocorre de forma irregular no espaço e no tempo e é efémero, ou seja a duração de uma fonte de alimento é muito limitada. Os grifos, como outros abutres e muitas outras espécies de aves em que o alimento está disponível de forma idêntica (por exemplo muitas das espécies de aves marinhas) estão adaptados a esta limitação e possuem mecanismos que lhes permitem sobreviver, como acumularem reservas e poderem passar vários dias sem se alimentarem; outra adaptação e comerem grandes quantidades quando tem oportunidade para tal (no caso dos grifos, chegam a ter dificuldade em levantar voo, após uma grande refeição). Nos primeiros tempos de vida da cria a quantidade de alimento que necessita diariamente é relativamente pequena, embora seja necessária alguma regularidade na sua alimentação por parte dos progenitores, pois a sua capacidade de "jejuar" é muito limitada. Embora pareça que nos primeiros tempos os progenitores a alimentaram poucas vezes, o que aconteceu é que lhe forneceram alimento em quantidade e com regularidade suficiente para que se continuasse a desenvolver bem. Mais recentemente o apetite da cria aumentou significativamente e nesta fase parece que tudo o que os progenitores tragam é pouco, pelo que comerá sempre que os progenitores lhe tragam alimento. Nos primeiros dias após a saída do ninho, possivelmente iremos assistir a verdadeiras perseguições dos progenitores por parte da cria que insistentemente lhes irá pedir alimento. Estes acederão aos pedidos nas primeiras semanas, mas posteriormente dar-lhe-ão cada vez menos refeições, o que a forçará a procurar alimento por si própria, seguindo os progenitores ou outros elementos da colónia. Este é geralmente um dos períodos mais críticos na vida das crias, em que geralmente se observa uma maior mortlidade, pois muitos morrem nos primeiros meses por não conseguirem alimento suficiente.
Quanto à existência de alimentadores de aves necrófagas na região, não há nenhum em funcionamento nas proximidades. O único que está a funcionar regularmente encontra-se na serra da Malcata e é gerido pelo ICNB. No entanto, como nesta zona e nas regiões espanholas adjacentes a criação de gado é feita regra geral em regime extensivo, em que os animais que morrem por vezes não são encontrados de imediato pelos proprietários, antes destes activarem o sistema de recolha obrigatório, permite que os abutres se alimentem. Por outro lado toda a região do Tejo Internacional é muito rica em ungulados silvestres, nomeadamente veados e javalis, e estes também constituem uma fonte de alimento bastante importante.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Outra possível explicação para o ataque do Abutre de Rueppell à cria

Ontem à noite enquanto falava com um amigo e grande ornitólogo Carlos Noivo, que trabalha como Vigilante da Natureza na Reserva Natural do Paul do Boquilobo, ele avançou com outra explicação para o comportamento que observamos no clip de dia 29 de Maio, resultado de observações que fez no local.
O Carlos observou por 3 ocasiões diferentes (pelo menos em 2 anos diferentes) o Abutre de Rueppell atacar crias de grifo, em ninhos diferentes, para as obrigar a regurgitar o que tinham ingerido e conseguir assim uma refeição "grátis" com muito baixo custo energético para ele. Se repararem bem no clip de dia 29, vê-se que tal pode ter acontecido, pois após a agressão inicial, ele passa um bocado com a cabeça em baixo, sendo possível que se esteja de facto a alimentar de comida regurgitada pela cria.
Infelizmente as imagens não são totalmente esclarecedoras, mas parecem suportar esta hipótese. Mais uma vez se demonstra a grande utilidade deste projecto para a observação de comportamentos raros e de difícil observação, pena não se conseguir observar a totalidade da área onde a cria se desloca. Pode ser que ainda se observem mais comportamentos interessantes nos próximos dias.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Que informação temos sobre os progenitores? Estão anilhados?

Os progenitores não estão anilhados, pelo que não é possível ter a certeza absoluta de serem os mesmos ao longo dos anos que o ninho tem estado ocupado. No entanto, observou-se fidelidade aos ninhos por diversos anos consecutivos de alguns indivíduos anilhados e o facto do casal ser constituído por dois indivíduos bem adultos (com mais de 8 anos, idade a partir da qual se torna impossível distinguir as classes de idades - sub-adultos e adultos) leva a supor que se trata do mesmo casal. Caso assim seja, criaram com sucesso uma cria em cada um dos últimos 5 anos.

Quanto tempo passam os progenitores fora do ninho?

É muito variável e depende da disponibilidade de alimento. O facto de se alimentarem de animais mortos faz com que, em situações naturais, o alimento surja de forma irregular no espaço e no tempo. Os adultos, tal como as crias bem desenvolvidas, podem passar vários dias sem comer, peo que as visitas para alimentar as crias podem não ser diárias em alturas de escassez de alimento.
Pessoalmente observei na zona do Tejo Internacional um progenitor de uma cria pequena, que estava anilhado, a dormir noutra colónia a cerca de 20 km do seu ninho. Provavelmente ter-se-à deslocado para muito longe em busca de alimento (podem afastar-se até 80 km da colónia) e dormiu longe do ninho, provavelmente para continuar a busca ou então por haver naquela zona uma fonte de alimento.

Porque não se vêem ambos os progenitores no ninho?

Normalmente um dos progenitores permanece junto da cria durante as primeiras fases do seu desenvolvimento, para o proteger de predadores e dos elementos naturais (sol, chuva), frio. Na fase inicial é frequente observar os dois progenitores no ninho, mas assim que a cria atinge tamanho para resistir aos elementos e o risco de predação se torna mais reduzido, é mesmo normal que fique sozinho. Há uma grande variação entre os casais, sendo que uns passam muito tempo no ninho e outros pouco, sendo que isso também pode ser influenciado pela disponibilidade de alimento (menor disponibilidade, mais tempo fora do ninho em busca de alimento). As visitas ao ninho dos progenitores passam a ser cada vez mais rápidas, sendo que as trocas podem ocorrer muito rapidamente. Ontem ao final da tarde observei uma troca e foi um a chegar e o outro a levantar e se não estivesse com atenção nem me teria apercebido.
A cria que estamos a seguir é um(a) sortudo(a), pois tem protecção quase permanente de um dos progenitores. Como foi possível observar no vídeo de dia 29, ainda há algumas ameaças às crias mesmo bastante desenvolvidas, como a agressividade de outros membros da colónia, neste caso o abutre de Rueppell.

De que espécies são os arbustos junto do ninho?

Há duas espécies: o zambujeiro Olea europaea var. Sylvestris (o arbusto maior) e no canto inferior direito vê-se uma cornalheira Pistacea terebinthus (de cor verde mais clara).

Questão sobre o comportamento da cegonha-preta da Estónia

Fui questionado pela Luisa Moreira se já tinha presenciado o comportamento observado na Estónia em que a progenitora come duas das crias recém-nascidas, fenómeno designado por cronismo. Não, nunca presenciei tal comportamento (tal como a maioria dos especialistas que trabalham com estas espécies), pois numa situação normal isso requer uma grande dose de "sorte" em estar a observar o ninho no momento em que esse comportamento acontece. Tendo em conta que estas espécies são muito sensíveis à perturbação, quando as monitorizamos tentamos ser o menos intrusivos possível, ou seja, observamos geralmente a uma distância considerável e por curtos períodos de tempo, só mesmo por mero acaso poderia presenciar tal comportamento. No entanto, já suspeitei diversas vezes que este comportamento se tivesse verificado em ninhadas em que era conhecida a dimensão da postura e nos primeiros dias após a eclosão o número de crias era já inferior ao número de ovos. Isto pode ter-se devido a cronismo, mas também a morte natural da(s) cria(s), que são imediatamente removidas (ingeridas ou levadas para fora do ninho) pelos progenitores, mas nunca temos a certeza a não ser que se presencie a ocorrência. Apenas em situações de colocação de câmaras como a do nosso projecto ou dos outros que se encontram na net se podem extraír dados sobre estes fenómenos comportamentais raros e muito pontuais e isso aumenta significativamente o valor científico destes projectos.
Esse comportamento embora aos nossos olhos pareça cruel, é um mecanismo de regulação utilizado pelos progenitores quando "sentem" (isto é, avaliam com base na experiência que vivem dia a dia) que a disponibilidade de alimento vai ser insuficiente para assegurar que conseguem criar todas as crias. Assim preferem eliminar uma ou várias crias (ingerindo-as como recurso alimentar) do que deixá-las morrer à fome e assegurar que conseguem criar em boas condições as restantes.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Qual o sexo do grifinho?

Não é possível saber, pois nesta fase não há como distinguir os machos das fêmeas. A única maneira de termos ficado a saber teria sido retirar algumas penas pequenas ou penugem e fazer uma análise laboratorial. Contudo para a recolha de amostras biológicas em animais selvagens vivos é necessária uma autorização do ICNB, dado ser um processo intrusivo, que é concedida se o estudo em causa justificar essa recolha. Como aqui se tratava apenas de "matar" a curiosidade de todos nós essa autorização não foi pedida.

Ficou assustado? Foi agressivo?

Assustado ficou certamente. Qualquer ser selvagem que veja aparecer perto de si outro muito maior fica assustado. A sua reacção à minha aproximação foi fingir-se de morto, mas depois de o começar a manipular ainda esboçou alguma reacção a tentar bicar e afastar-se, daí ter-lhe colocado uma toalha sobre a cabeça. Assim acalmou-se e depois de terminar ficou muito sossegado no ninho. Claro que para isso a aproximação e saída do ninho são sempre efectuados com movimentos suaves e com o menor ruído possível.

Quanto pesa o grifinho e quais as restantes biometrias?

Não foram efectuadas quaisquer medições ou pesada a cria. Não porque não fosse interessante saber, mas por não haver uma necessidade objectiva em o fazer, evitando-se assim que o perturbasse mais ainda. Justificar-se-ía efectuar todas essas medições se houvesse, por exemplo, um estudo em curso para determinar a taxa de crescimento da espécie, mas tirar medições em um indivíduo isolado não faz muito sentido. No caso particular do peso, que pode ser um bom indicador do seu estado de desenvolvimento, a única razão pela qual não o pesei foi não ter uma balança portátil para aves daquela dimensão. Arriscar-me-ía a dizer que tem pelo menos uns 6 kg.
No entanto fiz uma avaliação à sua condição física e está muito bem.

Questão acerca do som

O sr. António questionou se seria tecnicamente muito difícil ou oneroso proceder à captação e transmissão dos sons na envolvente do ninho. Teria sido necessário a aquisição de equipamento de som, uma vez que a câmara não tem incorporado um microfone. Não tenho a certeza se seria possível fazer a ligação desse equipamento â câmara, mas penso que sim. Em termos técnicos da instalação propriamente dita no local não teria sido complicado, no entanto essa possibilidade não foi equacionada pois no início do projecto, pois implicaria mais equipamento (com algum custo) e o vento que habitualmente se faz sentir naquela área poderia não permitir a recolha de som com qualidade.
Outro aspecto relevante é que o ninho se encontra a cerca de 50-60 metros da câmara, pelo que a gravação de sons a essa distância seria praticamente impossível.

Quantos casais de grifo há na colónia este ano e quantas crias?

Em 2008 iniciaram a nidificação na colónia das Portas de Ródão 23 casais de grifo. Este número inferior ao registado nos últimos anos (em 2006 e 2007 havia 32 casais).
Quanto ao número de crias, ainda não tenho um valor definitivo, pois só será feita a determinação da produtividade quando as crias estiverem quase a atingir a idade de voar, mas aparentemente a maioria dos casais está a conseguir criar o filhote com sucesso. Embora não tenha contado a colónia na totalidade recentemente, creio ter registado 15 crias já bastante desenvolvidas no mês de Maio. Dentro de mais uma ou duas semanas darei valores mais definitivos.

Porque não conseguimos ver ninhos de outras espécies como nos haviam anunciado?

As coisas nem sempre correm como nós queremos. A surpresa que estavamos a querer anunciar era que se poderiam visualizar também imagens de um ninho de Cegonha-preta (Ciconia nigra), cujo ninho se encontrava numa situação muito favorável para a câmara (a selecção inicial do local de colocação da câmara não foi aheia a este facto). No entanto os animais não se comportam como queremos e o casal escolheu um novo local para edificar um novo ninho, muito próximo do anterior, mas totalmente fora do alcance da câmara. Foi pena pois este casal tem neste momento 3 crias com cerca de 33 dias de idade e teria sido muito interessante alternar a visualização das ninhadas das duas espécies. Pode ser que no próximo ano...

É necessário colocar uma protecção na beirinha das escarpa para que a cria não corra o risco de cair?

Não, não é necessário esse tipo de cuidados. Os grifos evoluiram a nidificar em escarpas, dado que estas conferem uma boa base para a instalação dos ninhos e, regra geral, protecção contra predadores terrestres (como raposas) por serem inacessíveis. As crias possuem alguns mecanismos comportamentais que lhes permitem manterem-se mais seguras, nomeadamente comerem na posição deitada ou de "joelhos" (isto é, apoiados nos tarsos) quando os progenitores os alimentam, evitando assim desiquilíbrios e possíveis quedas, até estarem suficientemente desenvolvidos para se sentirem seguros em pé. Também se deslocam muito pouco na escarpa durante a maior parte do seu desenvolvimento e só quando a necessidade de fortalecerem as asas e os músculos se torna premente é que começam a aventurar-se um pouco mais.
Neste caso concreto o nosso grifinho é um previligiado, pois o seu ninho está numa plataforma muito grande e ele tem imenso espaço para treinar sem correr grandes riscos. Há outros ninhos nesta colónia em que as crias não tem mais do que o ninho para se moverem.
Apesar destas adaptações comportamentais, esporadicamente acontecem quedas acidentais, por exemplo uma rajada de vento quando as crias estão a exercitar as asas, mas são situações muito pontuais.

Na colónia das Portas de Ródão já se registaram diversas quedas de juvenis dos ninhos por passagem de aviões da força aérea demasiado próximos do local, mas aí o que os leva a cair é atirarem-se devido ao susto e ainda não terem capacidade de voar. Algumas destas crias bem como outras de quedas acidentais que cairam ao rio foram recolhidas ainda vivas por pescadores locais e levadas para o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco (CERAS) onde puderam completar o seu desenvolvimento, aprender a voar e foram posteriormente libertadas junto da colónia.

Como se comportaram os progenitores?

Quando me aproximei do ninho encontrava-se lá um dos progenitores, que voou quando sentiu a minha aproximação. Durante o período em que estive no ninho andou a voar sobre as escarpas e passados alguns minutos após a minha saída das imediações regressou para junto da cria. Trata-se do comportamento habitual neste tipo de situações. Trata-se certamente de um stress para a cria e para os progenitores (quando presenciam a operação), mas tudo volta ao normal após alguns minutos. Daí termos que ser celeres neste tipo de operações. Esperemos agora que a anilha nos permita voltar a ter notícias do grifinho durante a sua vida após o abandono do ninho.

O risco de abandono da cria/ninho pelos progenitores nesta fase é muito reduzido, dado o grande investimento que foi feito na reprodução até aqui. No entanto aproximações este tipo podem facilmente provocar o abandono dos ninhos na fase da construção ou no período em que estão a fazer a postura ou a incubar os ovos. Por isso os técnicos autorizados a proceder a este tipo de operações, além de terem que estar habilitados a fazê-las, apenas visitam os ninhos quando é estritamente necessário e fazem-no sempre no período em que os riscos para as aves são mínimos.

Como se comportou o grifinho durante a operação de anilhagem?

Como referi anteriormente a abordagem ao ninho e à cria tem que ser muito cuidadosa e temos que ter permanente atenção ao comportamento da cria. Neste caso o comportamento da cria foi ficar muito quieta como que a fingir-se de morta, o que é habitual nesta espécie. Isso facilitou a aproximação e o restante desenrolar da operação. Após a minha aproximação e durante a anilhagem a cria ficou algo nervosa, mas ficou calma e regressou à sua normal actividade após a minha saída e, principalmente, o regresso de um dos progenitores.