Não, não é necessário esse tipo de cuidados. Os grifos evoluiram a nidificar em escarpas, dado que estas conferem uma boa base para a instalação dos ninhos e, regra geral, protecção contra predadores terrestres (como raposas) por serem inacessíveis. As crias possuem alguns mecanismos comportamentais que lhes permitem manterem-se mais seguras, nomeadamente comerem na posição deitada ou de "joelhos" (isto é, apoiados nos tarsos) quando os progenitores os alimentam, evitando assim desiquilíbrios e possíveis quedas, até estarem suficientemente desenvolvidos para se sentirem seguros em pé. Também se deslocam muito pouco na escarpa durante a maior parte do seu desenvolvimento e só quando a necessidade de fortalecerem as asas e os músculos se torna premente é que começam a aventurar-se um pouco mais.
Neste caso concreto o nosso grifinho é um previligiado, pois o seu ninho está numa plataforma muito grande e ele tem imenso espaço para treinar sem correr grandes riscos. Há outros ninhos nesta colónia em que as crias não tem mais do que o ninho para se moverem.
Apesar destas adaptações comportamentais, esporadicamente acontecem quedas acidentais, por exemplo uma rajada de vento quando as crias estão a exercitar as asas, mas são situações muito pontuais.
Na colónia das Portas de Ródão já se registaram diversas quedas de juvenis dos ninhos por passagem de aviões da força aérea demasiado próximos do local, mas aí o que os leva a cair é atirarem-se devido ao susto e ainda não terem capacidade de voar. Algumas destas crias bem como outras de quedas acidentais que cairam ao rio foram recolhidas ainda vivas por pescadores locais e levadas para o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco (CERAS) onde puderam completar o seu desenvolvimento, aprender a voar e foram posteriormente libertadas junto da colónia.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário