Penso que terá sido este o comentário a que a Teresa se refere que não terei respondido. O que se passou foi que guardei o rascunho e não editei a mensagem. Aqui vai.
Em espécies que utilizam os mesmos ninhos com regularidade ao longo dos anos, regra geral, a ave que primeiro ocupa um determinado ninho (no caso dos grifos) ou território (no caso de espécies territoriais como a águia-real ou a águia de Bonelli), tem uma grande motivação para o defender e, regra geral, conseguem expulsar eficazmente os intrusos. A defesa dos ninhos/territórios normalmente é efectuada por ambos os membros do casal, o que torna a defesa mais eficaz.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Qual é a ave, do tamanho de um melro, que visita o ninho?
Que me tenha apercebido, visitam esporadicamente o ninho duas espécies, ambas típicas de meios rochosos: o Melro-azul Monticola solitarius, que tem a dimensão aproximada de um melro Turdus merula e que podemos ver nos nossos parques, jardins, hortas, etc., embora mais compacto. Os machos são de um tom azul-acinzentado e as fêmeas são castanhas, tendo ambo o bico preto. A outra espécie que surge com regularidade é o rabirruivo-preto Phoenicurus ochruros, sendo que este pode ser facilmente identificado porque quer o macho quer a fêmea apresentarem a cauda de cor laranja. É sensivelmente do mesmo tamanho de um Pisco-de-peito-ruivo Erithacus rubecula.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Qual o sexo do Abutre de Rueppell?
Não se conhece qual o sexo do abutre de Rueppell, dado que, tal como no caso dos grifos, não há dimorfismo sexual, sendo o macho e a fêmea praticamente idênticos. No entanto, e abusando da minha experiência e no comportamento dele, atrever-me-ia a dizer que é um macho. Sem certezas, como disse.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Porque não se corta o ramo que está em frente do ninho de baixo?
Por vários motivos: primeiro porque aquele ninho está num local bastante distante da câmara e de acesso extremamente difícil, o que tornaria essa tarefa bastante complicada e demorada, com uma consequente perturbação das aves; segundo, porque esta é uma altura de grande sensibilidade da colónia a factores de perturbação, dado que alguns casais já tem ovo e correr-se-ia o risco de mortes dos embriões devido ao seu arrefecimento, caso os progenitores passassem muito tempo sem os aquecer, enquanto que outros casais ainda estão em fase de instalação e construção dos ninhos, sendo esse um período em que facilmente os abandonam se forem perturbados.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
É possível distinguir o macho da fêmea quando estão no ninho?
À primeira vista não, pois o macho e a fêmea são muito idênticos. No entanto, há uma pequenas diferenças de tamanho e na forma da cabeça, que poderão ajudar a distingui-los quando estão juntos e forem observados de muito perto, mas não é fácil e é preciso experiência. Pode ainda haver diferenças na plumagem, por exemplo se tiverem idades diferentes, e isso permitir distinguir os parceiros.
Por agora não sabemos se é o macho ou a fêmea que está no ninho agora.
Por agora não sabemos se é o macho ou a fêmea que está no ninho agora.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Foi questionado se os grifos se sentem incomdados com a câmara, nomeadamente no clip de dia 31/01
Pela visualização do clip, o que se percebe é precisamente que o casal não se mostrou minimamente incomodado com a câmara, pois comportaram-se de forma totalmente natural, para quem está a ocupar uma "casa" que não lhe pertence. A aparente inquietação deve-se a isso, ao receio da chegada do "dono" (o Abutre de Rueppell), tanto que uns momentos após entrarem no ninho tentam consumar uma cópula (de forma muito desajeitada, é certo), comportamento que certamente não teriam se se sentissem incomodados com a câmara.
Vitor Pinheiro perguntou: que aves de rapina de grande porte se podem observar junto do rio Paiva, próximo de Alvarenga?
Não é fácil apresentar certezas apenas com esta informação, mas as espécies mais prováveis nessa região, para além do Milhafre-preto Milvus migrans, são a Águia-cobreira Circetus gallicus e a Águia-de-asa-redonda Buteo buteo. A águia-cobreira é maior que o Milhafre-preto e a Águia-de-asa-redonda é ligeiramente mais pequena. Não ocorrem nessa região nenhuma das grandes Águias, a Águia-real Aquila chrysaetos, a Águia-imperial Aquila adalberti e a Águia de Bonelli Hieraaetus fasciatus. Espero ter ajudado.
Que tipo de rocha e que plantas são as que passamos tanto tempo a ver na imagem?
A rocha é quartzito. Atravessam a zona centro de Portugal diversas serras de natureza quartzítica, onde geralmente ocorrem afloramentos rochosos de dimensão considerável.
Quanto às plantas que se vêem junto do ninho, confesso que não olhei bem para elas, pelo que não sei dizer o que são. O arbusto que se vê na vista panorâmica e que se encontra muito junto da câmara trata-se de uma Aroeira.
Quanto às plantas que se vêem junto do ninho, confesso que não olhei bem para elas, pelo que não sei dizer o que são. O arbusto que se vê na vista panorâmica e que se encontra muito junto da câmara trata-se de uma Aroeira.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Qual a evolução da colónia das Portas de Ródão, onde temos a nossa câmara a filmar?
Os grifos provavelmente nidificaram regularmente nas Portas de Ródão no passado. Não se sabe com rigor quando desapareceram desse local, mas é provável que tal tenha acontecido nas décadas de 1950 ou 1960. Após esse longo período de ausência, o Grifo recolonizou as Portas de Ródão como nidificante em 1989, tendo-se instalado nesse ano apenas um casal, que não viria a ter sucesso reprodutor. Entre 1990 e 1995, não existem quaisquer referências à nidificação da espécie naquele local, mas desde então a colónia foi monitorizada anualmente por técnicos ao serviço do ICNB, que verificaram que a população apresentou uma evolução positiva, tendo vindo a aumentar anualmente, com excepção de 2002, onde se verifica uma queda acentuada de 40 para 16 casais (ver gráfico abaixo). Esta redução populacional deveu-se à realização de obras de electrificação e protecção da linha ferroviária, realizadas durante a época de reprodução, que perturbaram significativamente as aves e as impediram de se instalarem naquele local nessa época reprodutiva. Actualmente a colónia ainda não voltou a recuperar os efectivos existentes em 2001, contando com 32 casais na época de reprodução de 2007. No final do mês de Fevereiro teremos já uma estimativa aproximada para a dimensão da colónia este ano, mas ainda vai ser preciso esperar que todos os casais encontrem o seu local para nidificar e iniciem a reprodução.
Estou com dificuldade em carregar o gráfico, mas tentarei novamente amanhã.
Estou com dificuldade em carregar o gráfico, mas tentarei novamente amanhã.
Onde se distribuem os grifos em Portugal?
Em Portugal, a maior parte da população nidificante de grifos encontra-se confinada aos vales alcantilados do Douro e Tejo superiores e seus afluentes, havendo também colónias nas cristas quartzíticas serranas da região de Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Penha Garcia e S. Mamede. De acordo com o último censo nacional da espécie, realizado em 1999, estimaram-se 267-272 casais nidificantes, distribuídos por 31 colónias e 14 casais isolados, sendo que as colónias são maioritariamente fronteiriças (26 colónias; 211-216 casais), havendo somente 5 colónias não fronteiriças, com um efectivo total de 56 casais. Destas, a colónia das Portas de Ródão era a mais importante, representando, em 1999, cerca de 14% da população nidificante em território nacional e 24,5% da população regional. Em 2001 esta colónia representava cerca de 32% da população regional. Neste ano o total de casais nas Portas de Ródão era 40 e o efectivo da população regional era de 121 casais. Entre 1999 e 2001, a colónia das Portas de Ródão foi a maior em registada em território nacional.
Há ainda diversos locais onde os grifos surgem com regularidade, embora aí não nidifiquem, como são a zona do vale do Guadiana, as planícies de Castro Verde, a Zona de Protecção Especial de Mourão, Moura, Barrancos e os montados do norte Alentejano (zona de Portalegre, Monforte, Arronches, Elvas).
Em breve colocarei um mapa com a distribuição e quantificação no país.
Há ainda diversos locais onde os grifos surgem com regularidade, embora aí não nidifiquem, como são a zona do vale do Guadiana, as planícies de Castro Verde, a Zona de Protecção Especial de Mourão, Moura, Barrancos e os montados do norte Alentejano (zona de Portalegre, Monforte, Arronches, Elvas).
Em breve colocarei um mapa com a distribuição e quantificação no país.
Porque passa a câmara muito tempo a filmar um ninho vazio em vez de andar sistematicamente à procura dos grifos?
Porque a câmara apenas pode ser direccionada por uma pessoa, que tal como eu participa neste projecto de forma voluntária. Logo tem o seu trabalho para fazer e não pode estar permanentemente com atenção ao que se está a passar. É também essa a razão pela qual não posso responder de imediato aos vossos comentários e questões. Neste momento estamos a tentar resolver questões técnicas para poder instalar as funções de comando no meu computador e assim sempre haverá mais um "par de olhos" atentos.
Os grifos marcam/defendem território?
Não. Os grifos são geralmente coloniais, podendo as colónias ter várias dezenas ou mesmo centenas de casais, que nidificam muito próximos entre si. No entanto, cada casal defende acerrimamente o seu ninho e a área envolvente (alguns metros), não permitindo, geralmente a presença de indivíduos estranhos. Contudo, e dado que passam longos períodos afastados do ninho antes de efectuarem a postura, podem por vezes observar-se indivíduos estranhos ao casal no ninho, como aliás temos observado nos últimos dias com a nossa câmara. Estas visitas podem ter como objectivo avaliar a qualidade do local para tentar "tomá-lo" ao casal que o ocupa, ou simplemente "roubar" material de construção para o seu próprio ninho.
Quantos ninhos se observam com a câmara?
Esta pergunta já foi respondida anteriormente, mas faz-se uma actualização. São neste momento visíveis 2 ninhos: o primeiro é que fica mais próximo da câmara e que é filmado mais regularmente é onde tem estado o Abutre de Rueppell. Embora este continue aparentemente a ser o "dono" do ninho, continua não acasalado e o ninho tem sido regularmente visitado por grifos nos últimos dias, que poderão vir a ocupá-lo. Vamos ter que ter um pouco mais de paciência.
O segundo ninho, que fica mais distante da câmara de filmar, está ocupado por um casal de grifo, que se encontram agora a incubar o único ovo. A postura deste casal ocorreu sensivelmente a meio de Janeiro.
O segundo ninho, que fica mais distante da câmara de filmar, está ocupado por um casal de grifo, que se encontram agora a incubar o único ovo. A postura deste casal ocorreu sensivelmente a meio de Janeiro.
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