quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Como foi colocada a câmara de filmar? O seu funcionamento incomoda os abutres?

Todos os passos deste projecto foram muito bem planeados tendo sempre um objectivo primordial: assegurar que não se prejudicavam os grifos e as restantes espécies que nidificam naquele local. Estas espécies necessitam de muita tranquilidade nos locais onde nidificam, havendo o risco de abandonarem os ovos ou as crias, ou mesmo abandonarem definitivamente o local se forem muito perturbadas.
Tendo este factor em conta, o projecto foi avaliado por técnicos especializados na biologia da espécie, que decidiram a melhor forma de actuar de modo a minimizar o impacte desta acção sobre as aves da colónia em causa.
a colocação da câmara foi efectuada antes do início do período reprodutor, numa fase em que o impacte da presença humana nas escarpas é mais reduzido e procurou-se fazer a sua colocação no mais curto espaço de tempo possível. O local onde foi colocada não interfere com locais de poiso ou com os movimentos das aves e encontra-se a cerca de 3 a 4 metros do ninho.
A câmara escolhida apresenta uma estrutura adequada para esta finalidade, pois encontra-se dentros de uma redoma de vidro e possui um braço que permite a sua fixação à rocha (assemelha-se a um candeeiro) e toda a estrutura foi pintada de forma a ficar integrada no ambiente envolvente. Não produz ruído a funcionar e o movimento quando se desloca é quase imperceptível, pois fá-lo no interior da redoma de vidro.
As evidências de que não interfere com as actividades das aves são o facto de a terem aceite com bastante rapidez e de se estarem a comportar de forma totalmente natural, não mostrando quaisquer sinais de inquietação.

4 comentários:

blue eyes disse...

Olá, parabéns pela iniciativa!
Ao contrário de grande parte das pessoas eu adoro estes "passarinhos"! Costumo dizer que gostava de ter um no quintal. Acho-os engraçados na sua forma de deslocarem " a pé", muito desajeitados. E são um elemento muito importante na natureza, pois fazem a limpeza das carcaças mortas. Chateei a minha irmã até à exaustão para que me acompanhasse ao Algarve ao centro de recuperação de aves para ver os grifos que estavam por lá, mas ela não quis.
Há uns meses, ela avistou um que segundo me disse parecia estar doente, no cimo de um antigo depósito de água, junto de Pinhal Novo, e tirou uma foto para me mostrar. Penso que como foi no inicio do Outono, o mesmo estaria em recuperação para seguir viagem para outro local mais aprazivel e com mais alimento. Fiquei com imensa pena, e ainda hoje muitas vezes dou uma volta maior, para lá passar, pensando que outro lá possa parar. Tenho muita pena que aqui na área onde habito, próximo da Arrábida não existam grifos, para poder observá-los.
Excelente projecto, fiquei fã.
Continuem o excelente trabalho, quem sabe poderá ser uma formade algumas mentes perceberem que a conservação da natureza e toda a bio-diversidade depende de todos, e ajuda a salvar este planeta que a humanidade teima em não respeitar.
Bem haja, para todos quantos estão envolvidos neste projecto.

jb disse...

Muitos parabéns por este maravilhoso projecto

Catarina Pinho disse...

Muitos parabéns! Este big brother com grifos viciou-me! O meu dia já não começa sem uma passagem pelo site para ver quem está no ninho.

Tenho no entanto uma dúvida: a cópula que se pode ver no dia 7 de Janeiro aconteceu entre dois grifos ou entre um grifo e um abutre de Ruppell? É que os dois animais parecem-me bastante diferentes em termos de coloração.

Anónimo disse...

Ainda bem... primeiro de tudo está o bem estar e tranquilidade daquelas coisas fofas (até já me afeiçoei a eles) :D

Projecto 5 estrelas!