sábado, 31 de maio de 2008

Preparação da operação de anilhagem

Como havia referido no comentário que enviei, a logística para uma operação desta natureza é sempre algo complicada. O ponto essencial em qualquer acção de maneio de uma espécie que os técnicos fazem é assegurar que o risco de algo negativo acontecer ao espécime em causa (ave ou outro) é reduzido ao mínimo. Por isso tudo é planeado atempadamente de modo a assegurar que não há falhas e que a segurança da ave e da pessoa que procede à intervenção é integralmente assegurada.
Assim, em primeiro lugar, há o período em que se pode proceder à operação em segurança, ou seja a "janela" na qual a cria tem já dimensão suficiente para ser anilhada, mas ainda não está suficientemente desenvolvida para que haja o risco de saltar precocemente do ninho. Neste caso concreto estavamos a aproximarmo-nos a passos largos do limite máximo da idade a partir da qual não poderíamos proceder à intervenção.
Depois há que analisar com muito cuidado todo o trajecto até ao ninho, se é mesmo possível lá chegar e se este pode ser efectuado em segurança pelo anilhador. Isto implicou a presença de uma pessoa a dar indicações a partir da outra margem do rio. Do mesmo modo a abordagem ao ninho (de cima ou de baixo) e à cria tem que ser equacionada para reduzir ao mínimo a possibilidade da cria de poder deslocar e haver risco de queda. Por outro lado há que ter em conta que este tipo de operações provoca perturbação significtiva das aves, pelo que se tem que minimizar o mais possível, sem descurar a segurança, o tempo dispendido na realização de todas as operações. Todos estes passos foram pensados com calma para que tudo corresse de acordo com o planeado, o que aconteceu.

A abordagem ao ninho acabou por ser algo mais complicada do que inicialmente previsto, uma vez que a parede apresentava grandes diferenças de relevo, o que obrigou à utilização de algumas técnicas algo complicadas como ter que balançar na corda para agarrar um ponto de apoio e então progredir para o ninho. Mas tudo correu optimamente e de forma rápida e eficaz, o que se pode observar após o retorno de um dos progenitores ao ninho muito pouco tempo após a intervenção.

A cria encontra-se em óptima condição física, está gordinho, não apresenta quaisquer sinais de doença ou parasitas e tudo indica que os progenitores levarão a bom termo a sua criação até à idade da emancipação.

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