Não. Neste caso trata-se provavelmente de uma ave de ocorrência acidental, ou seja uma ave que surge entre nós de forma natural, mas em que esse ocorrência é extremamente rara. Este fenómeno não é novo e acontece todos os anos especialmente durante os períodos de migração, em que algumas aves se desviam das suas rotas migratórias, por exemplo, devido a tempestades, e surgem em locais pouco habituais, fora das suas áreas normais de distribuição. Regra geral estes indivíduos "perdidos" não se estabelecem como reprodutores, embora isso esporadicamente possa acontecer. São disso exemplo o Pato-preto-americano Anas rubripes na Ilha do Corvo, Açores ou o abutre de Rueppell que nidificou no Parque Natural do Tejo Internacional em 1999.
Na Europa surgem todos os anos espécies tipicas do continente americano, asiático e mesmo africano que aí não ocorrem de forma regular. As ilhas açorianas são particularmente ricas neste fenómeno, havendo actualmente uma verdadeira indústria turistica do chamado turismo ornitológico das raridades. Para saber mais sobre este tema, consulte a página da SPEA (www.spea.pt) onde existe uma secção dedicada a este assunto.
No caso particular dos abutres de Rueppell a sua chegada à Península Ibérica é feita devido aos movimentos migratórios dos grifos. No final do Outono, as aves jovens e imaturas reunem-se em grandes bandos que migram até ao norte de África e Alguns locais da África sub-sahariana, como a Mauritania e o Senegal. Aí misturam-se como os Abutres de Rueppell residentes, que os acampanham na migração para Norte no final do Inverno. Nos últimos anos o número de registos de abutres de Rueppell na região do estreito de Gibraltar (local por onde as aves atravessam o mar Mediterrâneo durante a migração) aumentou, pelo que actualmente existem vários indivíduos na Península Ibérica, embora em locais distintos. Pode ser que outro se decida a visitar a colónia onde temos a câmara e se dê o acasalamento com o nosso abutre!
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
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